segunda-feira, 6 de abril de 2009

Uma pena que não dá em nada, mas pelo menos alguém teve coragem de se manifestar.

Lula é processado por colocar culpa da crise em brancos de olhos azuis
Última Instância - 03/04/2009
Uma declaração polêmica pode levar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a se explicar na Justiça. O STF (Supremo Tribunal Federal) recebeu nesta quinta-feira (2/4) uma ação em que um homem pede que Lula se retrate por ter dito que a crise econômica mundial foi “fomentada por comportamentos irracionais de gente branca, de olhos azuis”.
Clóvis Victório Mezzomo, o autor da ação, diz ter se sentido ofendido pessoalmente e quer que o presidente justifique porque as causas da crise mundial decorrem de “razões genéticas”, em uma postura que considerou racista.
Segundo o advogado do escritor, Adriano Mezzomo, o presidente Lula deverá prestar explicações formais perante o Supremo do porque "ser branco é pecado".
"Manifestações raciais não podem ser levadas na brincadeira. Nossa Constituição Federal veda qualquer tipo de discriminação", diz o advogado, que é filho do autor da ação.
Para ele, atribuir a culpa de uma crise ecnômica global a um fator genético e a uma etnia é uma afirmação no mínimo "equivocada".
A reportagem de Última Instância entrou em contato com a Presidência da República, que por meio de sua assessoria disse preferir, por enquanto, não se manifestar.
O STF informou que a relatoria do processo ficará a cargo do ministro Celso de Mello. Ainda não há previsão de julgamento ou de notificação do presidente Lula, que se encontra em viagem no encontro do G20.
Clóvis Mezzomo é autor do livro "Da Sua Vida e dos Seus Sonhos", em que conta como enfrentou a falência de sua empresa e dá dicas de como sair da crise financeira.
Olhos verdes Brasileiro de ascendência italiana, Mezzomo diz ser branco de olhos verdes, e quer saber por que “uma raça ou etnia portadora de genes recessivos é culpada pela crise internacional, mais especificamente a ‘gente branca, de olhos azuis’”.
Na ação, o escritor, jornalista e consultor empresarial diz ainda que nasceu em Caxias do Sul, tendo sido criado em Estância Velha, também no Rio Grande do Sul. Ele alega que trabalhou desde a infância cercado por homens e mulheres de “pele branca e olhos azuis”, que teriam contribuído para o desenvolvimento da região tanto quanto negros índios e descendentes de europeus ibéricos.
Mezzomo destaca que a legislação brasileira refuta categoricamente a prática de racismo, a começar pela própria Constituição Federal.
Ele cita na petição de Interpelação Judicial o preâmbulo e o artigo 5º da Carta Magna, pelo qual “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza” e o inciso XLII, para o qual “a prática de racismo constitui crime inafiançável e imprescritível”.

2 comentários:

LuMa disse...

Hummm...Tá certo, o Lula, na posição que ocupa, deveria estar mais atento com suas observações, mas por outro lado, essa ação do Mezzomo tá cheirando a autopromoção...

Anônimo disse...

e a repórter lá no g20 que pediu perdão por ser branca de olhos azuis?