segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Então, daí pegando um link no caso do respeito às convicções alheias, um grupo de defensores dos direitos dos homossexuais está manifestando sua revolta à contrariedade da Igreja Católica ao casamento gay, manifestada por um pronunciamento do Papa.
Numa situação dessas, eu sou obrigada a discordar da turma do arco-íris. Ora, pelo que li, o Papa não ofendeu os gays; apenas manifestou sua desaprovação à união civil entre pessoas do mesmo sexo. Não condenou, não julgou, mas apenas manifestou a posição daquela entidade religiosa acerca do assunto. Eu me lembro de ler lido em várias oportunidades que a posição "oficial" da Igreja de Roma esclarece de forma veemente que a doutrina repudia o que é considerado pecado, mas nunca o pecador.
Bem, se o líder de uma instituição religiosa não puder se posicionar (desde que respeitando o livre arbítrio e a individualidade de cada um) de acordo com aquilo que a sua igreja acredita ser verdadeiro, aí vamos perder todo o sentido da coisa.
O que me parece é que alguns grupos que representam minorias (étnicas, ideológicas, afetivas), às vezes, perdem a mão e consideram que todo aquele que não está a seu favor, está contra ele. Isso é perigoso e gera ainda mais intolerância, de todos os lados e de todas as formas. Acho que é uma questão para se pensar.

Um comentário:

LuMa disse...

Adrina, traduziu com perfeição a diferença entre a interpretação emotiva da racional.

O direito dos gays se obtém através apenas do Estado, e qualquer raciocínio - reivindicações, reconhecimentos e direitos - deve ser conduzido através dos seus instrumentos. A posição da Igreja já o sabemos, e insistir para que ela os reconheça é uma luta quixotesca. A luta deveria se concentrar na manutenção da laicidade do Estado, porque só através dele é que se chega lá.