segunda-feira, 15 de março de 2010

Depois de vários dias, acho que estou preparada para descrever o jantar-mico que tivemos na Cantina Mi Luccia, há algumas semanas.
Eu estava cansada de botecos, e numa sexta-feira de decisões importantes, sugeri ao R. que fôssemos jantar num lugar mais arrumadinho. Há tempos eu estava comentando que queria conhecer a Cantina, então liguei e fiz a reserva. Como R. deu uma atrasada por causa da aula (ele é universitário de novo, pípou), chegamos após o horário-limite da reserva.
O garçom, solícito e simpático, nos acomodou numa mesa ao fundo da área de fumantes. O ambiente é bonito e aconchegante e me pareceu perfeito para um jantar romântico.
Escolhidos os pratos e o vinho, constatamos que numa mesa atrás de nós, ocupada por pessoas que me pareceram da casa (pela forma como uma delas falou com um dos garçons), a conversa estava num limite muito acima do suportável, tanto pelo limite quanto pela quantidade de palavras de baixo calão. Pensa numa situação bizarra: um restaurante cheio de casais com uma mesa ocupada por um pessoal que gritava de "vai tomar no c*" pra baixo. A gente simplesmente não conseguia se concentrar na nossa própria conversa!
O nosso garçom, cujo nome injustamente eu esqueci, tão logo vagou uma mesa na parte interna da casa, prontamente nos transferiu para um cantinho com meia luz, bem mais agradável do que aquela barulheira dos infernos, apesar da seleção de músicas italianas cafonas no repeat.
O vinho escolhido por um Nero D'avila, bem aromático e frutado, na casa de R$ 38 (ótimo custo-benefício) mas eu simplesmente esqueci do produtor e da safra. A entrada que compartilhamos foi uma porção de 8 mini bruschettas de sabores variados, que estavam boas, em especial a de funghi, apesar de eu esperar um pão mais torradinho.
Os pratos vieram numa apresentação bacana, mas foram tão decepcionantes que até agora eu estou espantada. O meu foi um papardelle ao sugo com costelinha de porco que prometia ser envolta em molho de vinho e alcaparras. A massa estava muito boa, mas o molho me pareceu industrializado, e a carne, que estava dura, só tinha osso. Não consegui distinguir nenhum vinho no molho, que só tinham, pasmem, 3 alcaparras, e isso pela "módica" quantia de R$ 42.
O prato de R, um talharim ao pesto com costeletas de cordeiro, foi igualmente frustrante. Massa boa, ótimo pesto, mas a pouca carne estava muito dura e inexpressiva, e isso por R$ 43.
A casa não tinha nehuma opção de sobremesa que não fosse excessivamente açucarada, então pedimos a "adorável conta" de quase R$ 180 reais por 1 entrada, 2 pratos, 4 águas e 1 vinho.
Não consigo deixar de pensar na sensação de ter sido roubada naquela noite. Disse ao garçom que esperava uma carne mais macia, e o coitado, super atrapalhado apesar de solícito (não o mesmo que nos atendeu primeiro), afirmou que diria à cozinha. Pelo preço que pagamos, eu esperava uma comida pelo menos mais digna. Pagar mais de R$ 90 em dois pratos de massa com carne dura não estava nos meus planos e também vi a decepção no rosto de R.
Enfim, o programa valeu pela experiência, mas voltar lá, nem tão cedo.

Um comentário:

Tata disse...

Hahahaha! Italianos, baby! Os meus certamente gritam e xingam muito. XD

E um dia eu vou ser fina assim que nem vocês. Eu já quase sei distinguir marcas de miojo!