domingo, 23 de maio de 2010

Depois de um tempão tentando encontrar o horário na grade da TV, ontem finalmente consegui assistir ao filme "O exorcismo de Emily Rose".
O exorcismo é um dos temas religiosos que mais me deixa intrigada; na verdade, acho que para mim é o mais interessante mesmo, talvez porque eu veja como a manifestação física direta do Mal. Não digo isso como uma pessoa religiosa, coisa que não sou, mas como alguém que acredita que existe muito mais coisa nesse mundo do que é possível enxergar com os olhos.
Das poucas informações que já tive sobre o assunto, penso que a Igreja Católica é a que trata com mais respeito o caso de possessões e, obviamente, os possuídos. Algumas igrejinhas caça-níqueis e grandona "A Caça-Milhões" dão um tratamento pirotécnico e teatral ao tema, deixando transparecer que um caso de possessão não passa de retorcimentos e gritos histéricos com um microfone na mão, diante de uma platéia infelizmente crédula e assustada. Vou falar em outro momento sobre uma cena de "exorcismo" que assisti na dita Caça Milhões, que me marcou pela forma ridícula como as coisas são tratadas.
Enfim, o que eu queria dizer é que a manifestação física do Mal, em um corpo fisicamente frágil, é algo de mexe com os meus nervos e atiça a minha curiosidade a ponto de mexer também com o meu subconsciente, porque tenho sonhos recorrentes em que estou exorcizando uma mesma pessoa. Louco demais.
Tudo o que eu tenho lido sobre o tema, principalmente acerca das manifestações que foram tratadas pela Igreja Católica e as normas e rituais usados nos casos, me transmitem uma sensação de respeito ao caso e aos protagonistas, para evitar a exposição exagerada e, creio, também a banalização de algo tão sério. Já vi alguns programas no Discovey Channel que me deixaram bem impressionada, como o "caso Marta", por exemplo (algumas informações aqui e aqui), e aqui tem algumas instruções do então Cardeal Joseph Ratzinger sobre o tema, além de informações gerais aqui. Muita literatura existe por aí e alguma coisa no site do Vaticano, mas eu sinceramente não tive paciência de procurar agora.
Ontem eu assisti finalmente ao filme do qual falei acima. Eu ainda não assisti ao famoso "O exorcista", mas assisti à continuação que fizeram dele, "O exorcista - o início" (acho que é isso), que achei bem fraco. O caso de Emily Rose foi baseado em uma história real, de uma garota alemã chamada Annelise Michel. O cerne da história foi a responsabilização criminal do padre que a auxiliou e atendeu, o que achei bem absurdo. Algumas sinopses do filme que eu havia lido indicavam que a garota havia morrido durante uma sessão de exorcismo, mas não é o que o filme diz; ela morreu depois de uma tentativa frustrada. O filme ainda diverge do caso real, pois o que aconteceu com Annelise foi muito pior do que o que o filme mostra. Vale lembrar que a Igreja Católica reconhece o caso da alemã como possessão demoníaca comprovada, e este é um dos poucos reconhecidos e documentados pela Igreja.
O filme me interessou bastante, também, por ser, na verdade, o julgamento do padre, por motivos óbvios. Não é um filme de terror, muito menos um filme tipo"O júri" ou coisas baseadas no gênero tribunal; também não é um filme de terror, mas algo bem mais sutil. Para mim, trata da dificuldade de se tratar de casos que envolvem questões sobrenaturais sob uma ótica lógica, e não apenas emocional ou religiosa.
Acho que o filme vale a pena por "futucar" também os medos das pessoas, mesmo os céticos mais convictos. Recomendo.

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