Chamar de guerreira uma pessoa que ficou aos cuidados de um dos melhores hospitais da América Latina, com médicos particulares, remédios e equipamentos de última geração, é fácil.
Guerreira, pra mim, é a minha mãe, que precisa de uma cirurgia ortopédica complexa e aguarda a manifestação do SUS há um ano, convivendo com dores escruciantes, já que não podemos pagar os R$ 10 mil reais da cirurgia.
Guerreiras são as mulheres que chegam nos hospitais públicos após complicações provenientes de abortos clandestinos e sofrem como animais leprosos como o preconceito e a falta de cuidados.
Guerreiras são as famílias de dependentes químicos e doentes mentais, que não tem uma rede mínima de atendimento público para seus familiares doentes.
Guerreiros são todos os pobres que mofam nos hospitais de câncer e tem que recorrer às medidas judiciais para ter acesso a medicamentos mais modernos, visto que a lista do SUS contempla medicamentos já há muito ultrapassados.
Guerreira é a uma das estagiárias do escritório, que tem visão subnormal (tem 45% de visão um olho e 3% no outro) e desde criança (ela tem 21 anos) procura um especialista na área pelo sistema público de saúde.
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Guerreiro? Fala sério.
Um comentário:
Concordo, lembrando das "guerreiras" e vitoriosas apresentadoras de televisão!
Sonya
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