Uma pessoa outro dia me escreveu e perguntou o que eu penso sobre o aborto, criminalização e afins. De cara já me perguntei sobre a relevância da minha opinião, já que exitem pessoas realmente formadoras de opinião mais qualificadas do que eu, mas eu achei interessante dizer o que penso.
Em princípio eu já digo que nenhuma das opiniões se refere a casos de violência sexual, nem mesmo a gestações que apresentem risco grave de morte para a mãe. Também excluo da conversa os fetos sem condições de viabilidade, como os anencefálicos, por exemplo. Motivos óbvios.
As discussões acerca do tema hoje empurram as pessoas para extremos do ringue. Ou você é a favor ou você é contra, assim, de forma radical. Eu não penso assim. Tenho convicções morais, mas também tenho uma postura técnica, criada pela profissão que exerço, que podem sim me dar opiniões e embasamentos diferentes e contrários sobre a questão.
A minha convicção moral é desfavorável ao ato depôr a termo uma vida inscipiente, porém já com o sopro da vida. Não creio que interromper uma gestação seja a solução para uma relação falida, uma transa eventual desprotegida, ou mesmo uma situação familiar que dá sinais de desacolhimento. Creio que permitir que aquela criança venha à luz e, após isso, optar pela adoção, por exemplo, possa ser uma forma menos traumática e de mais respeito à vida.
Todavia, há que se considerar que não é uma decisão fácil. Nenhuma mulher sai de casa toda serelepe porque vai praticar um abortamento. Mulheres queridíssimas próximas a mim já fizeram, e sofreram muito. Sei que nenhuma mulher escolhe como primeira opção ferir-se ou ingerir venenos e medicamentos de origem duvidosa, até que seu corpo elimine de forma violenta aquilo que a apavora. Jamais eu poderia pensar assim e é por isso que, como advogada, e também como mulher, eu acredito na escolha. Eu defendo o poder de decisão da mulher.
É necessário permitir que esta mulher tenha acesso a um serviço de saúde com atendimento sócial e psicológico imediato, que a auxilie a pensar e tomar a melhor decisão. É necessário que se busque o co-responsável por aquela gestão, já que nada ali foi feito de forma solitária. Caso, ainda, persista o desejo de abortar, é preciso que se ofereça a condição médica adequada para isto, a fim de que a assustadora estatítica de milhares de mortes por ano seja, enfim, zerada.
Eu não acho que seja necessário radicalismo nesta questão. As convicções morais de um indivíduo podem suportar, sim, que à sociedade seja dado o direito de escolher. A criminalização do aborto empurra para a clandestinidade as mulheres pobres e as adolescentes desesperadas, com consequências e sequelas graves.
Então, a quem perguntou, eu digo: eu sou contra o aborto, mas sou totalmente a favor da escolha; tenho respeito integral pelo livre-arbítrio.
Em princípio eu já digo que nenhuma das opiniões se refere a casos de violência sexual, nem mesmo a gestações que apresentem risco grave de morte para a mãe. Também excluo da conversa os fetos sem condições de viabilidade, como os anencefálicos, por exemplo. Motivos óbvios.
As discussões acerca do tema hoje empurram as pessoas para extremos do ringue. Ou você é a favor ou você é contra, assim, de forma radical. Eu não penso assim. Tenho convicções morais, mas também tenho uma postura técnica, criada pela profissão que exerço, que podem sim me dar opiniões e embasamentos diferentes e contrários sobre a questão.
A minha convicção moral é desfavorável ao ato depôr a termo uma vida inscipiente, porém já com o sopro da vida. Não creio que interromper uma gestação seja a solução para uma relação falida, uma transa eventual desprotegida, ou mesmo uma situação familiar que dá sinais de desacolhimento. Creio que permitir que aquela criança venha à luz e, após isso, optar pela adoção, por exemplo, possa ser uma forma menos traumática e de mais respeito à vida.
Todavia, há que se considerar que não é uma decisão fácil. Nenhuma mulher sai de casa toda serelepe porque vai praticar um abortamento. Mulheres queridíssimas próximas a mim já fizeram, e sofreram muito. Sei que nenhuma mulher escolhe como primeira opção ferir-se ou ingerir venenos e medicamentos de origem duvidosa, até que seu corpo elimine de forma violenta aquilo que a apavora. Jamais eu poderia pensar assim e é por isso que, como advogada, e também como mulher, eu acredito na escolha. Eu defendo o poder de decisão da mulher.
É necessário permitir que esta mulher tenha acesso a um serviço de saúde com atendimento sócial e psicológico imediato, que a auxilie a pensar e tomar a melhor decisão. É necessário que se busque o co-responsável por aquela gestão, já que nada ali foi feito de forma solitária. Caso, ainda, persista o desejo de abortar, é preciso que se ofereça a condição médica adequada para isto, a fim de que a assustadora estatítica de milhares de mortes por ano seja, enfim, zerada.
Eu não acho que seja necessário radicalismo nesta questão. As convicções morais de um indivíduo podem suportar, sim, que à sociedade seja dado o direito de escolher. A criminalização do aborto empurra para a clandestinidade as mulheres pobres e as adolescentes desesperadas, com consequências e sequelas graves.
Então, a quem perguntou, eu digo: eu sou contra o aborto, mas sou totalmente a favor da escolha; tenho respeito integral pelo livre-arbítrio.
2 comentários:
Brava, Adrina. Pefeito. Como sempre, gosto muito do seu equilíbrio e o respeito pelo livre-arbítrio. Ou não apareceria por aqui:) Sou a favor do aborto, mas detesto gritarias e bandeiras a favor disso, como se vê em algumas manifestações feministas. Texto brilhante, Adrina, parabéns!
Acho que non dá pra dizer que sou totalmente contra; existem casos e casos.
Concordo com você: sou a favor da escolha.
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